sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Filme: Gladiator (O Gladiador)

Classificação: 16.1

Com este filme fiquei realmente convencido que o ano 2000 foi um dos melhores anos para o cinema desde que eu nasci. “Gladiator” fez-me ver que não é necessário eu adorar um filme para lhe dar boa pontuação, e tenho de ceder a esta incrível obra-prima. Não sou grande fã da história do filme em si, apesar de ser amante da época em que se insere: o auge do Império Romano. Uma história simples e fluida são a chave do filme, pois o espectador tem de estar demasiado atento ao argumento para descodificar a mentalidade das personagens, o que se pode tornar um aspecto negativo no cinema.
“Gladiator” é um bom filme, e a experiência de o ver alterou a minha forma de desfrutar da sétima arte (mas não me arrependo de qualquer classificação até hoje expressa nas minhas críticas). Posso dizer que esta é uma das películas vistas por mim que mais bem retracta a época do Império Romano, para ser perfeito só faltava falar-se latim em vez de inglês. A nível cinematográfico poderia ser melhor. Uma fotografia corajosamente diferente e uma música razoável tornam as exageradas horas de filme mais aturáveis. Um grande ponto a favor é o desempenho de Russell Crowe que lhe valeu um Óscar da academia, e o constante Joaquin Phoenix numa deslumbrante actuação a que já nos tem acostumado. Dos cinco Óscares atribuídos a esta película (de entre os quais não referidos estão: melhor filme, melhor guarda-roupa e melhores efeitos especiais) acho que não mereceu o de melhor som, e que nesse ano deveria ter sido entregue ao filme “Chocolat”. Sobre Ridley Scott, o realizador, não tenho muito a dizer a não ser que não sou fã de “Kingdom of Heaven” e ainda aguardo a oportunidade de ver “American Gangster”.
Resumidamente, “Gladiator” é uma obrigação para qualquer apreciador da sétima arte, não só pela fotografia magnifica mas também pelo desempenho fenomenal de todos os actores que tornam o filme tão bom. O que me levou a dar a pontuação acima indicada foi o facto da história do filme em si não ser muito cativante, e do final ser aquilo que todos estão à espera. Portanto, esta película não tem assim tanta moral e, pelo que já devem ter percebido, essa é a característica que eu mais valorizo num filme.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Filme: The Dark Knight (O Cavaleiro das Trevas)

Classificação: 12.8

Costumo começar sempre com uma declaração pessoal que ecoa por toda a crítica; e para esta avaliação começo por dizer: abaixo das minhas expectativas. Depois de um “não-assim-tão-mau” filme, Christopher Nolan voltou à cadeira de realizador para nos contar a segunda parte do Batman do século XXI, mas desta vez não incorporou o nome do herói no título. Tenho de demonstrar o meu descontentamento pois este filme foi pouco credível, imaturo (ainda mais que o primeiro) e mal apresentado.
Tenho que começar por dizer que a música era equiparável com a do primeiro da saga, apesar de ter um outro problema que se lhe atribui: o facto de na maior parte dos diálogos existir sempre uma música de fundo pungente, o que tornava difícil a compreensão das expressões dos actores. Um possível segundo aspecto negativo seria a tão aguardada exibição de Heath Ledger que (e tentando ser justo face às circunstâncias) se dizia ser brilhante, mas foi na realidade, a meu ver, nada mais nada menos dos que aquilo que se esperaria. Não assisti a nada de magnifico e espectacular no personagem “Joker”, foi de facto uma boa interpretação, talvez a nível de uma nomeação, mas nada de mais se espera vindo de um bom profissional. Para além desses pequenos pormenores, este segundo filme foi também um aguardado Blockbuster, e provavelmente o será, devido maioritariamente à “publicidade gratuita”( pois o desempenho dos actores, a fotografia e a história não serão justificação para tal). “Dark Knight” é uma história que sucede o “Batman Begins” e herdou os mesmos aspectos, falhanços e erros. No entanto, o suspense acrescido a esta película tornaram este filme mais um Thriller capaz de nos fazer saltar em certos momentos.
No final, o enredo não me deixou satisfeito e chego mesmo a comprar este filme a uns bem mais antigos cuja história é semelhante: os clássicos “James Bond”. Penso que o filme poderia ter melhorado bastante se tivesse havido maior empenho em criar uma história mais inteligente e mais adaptada às exigências do público. No entanto, “The Dark Knight” é capaz de satisfazer a ânsia dos milhões de fãs, ainda por cima quando o famoso “Joker” é aveludado pela actuação de Heath Ledger. Um filme que ainda vale a pena assistir, mas se não gostarem de filmes simples, previsíveis e vulgares, então esperem, pois pode ser que daqui a uns anos se produza um bom Batman do século XXI.

Filme: Batman Begins (Batman – O Início)

Classificação: 13.3

Definitivamente, “a cima da média” para o ano de 2005. Uma grande expectativa dos fãs aguardava o novo Batman do século XXI, e em comparação com o fenómeno que é esta personagem, o filme ficou aquém. Nunca fui um grande adepto da “DC Comics”, pois os seus Super-Heróis sempre me pareceram demasiado super, ainda por cima para um personagem de banda-desenhada cujo super-poder é ser o Playboy mais rico da cidade. Tentei superar o meu desprezo pelo Batman e tenho de dar o meu braço a torcer, Christopher Nolan conseguiu montar um filme que vale a pena assistir.
“Batman Begins” é um bom filme de acção e mistério cujo enredo quase nos cola à cadeira. No entanto, a música e o argumento decepcionantes não estavam ao nível do elenco, que por falar nele me pareceu um bocado excessivo no aspecto em que o papel desempenhado por Morgan Freeman e Michael Caine (entre outros) foi usado apenas para encher o cartaz e para chamar o público mais apático. Note-se que o desempenho de Christian Bale (Bruce Wayne) também não foi o mais brilhante, tomara que ele tivesse passado tanto tempo a preparar-se à frente das câmaras como o que passou à frente dos espelhos do ginásio. Então o que poderia salvar um filme que nos parece tão medíocre? Só poderia ser uma boa história penso eu, uma que podia ser ligeiramente melhorada. De facto, este filme apresenta uma história clássica envolta em mistério e numa trama de acontecimentos que nos levam cada vez mais próximos da verdade, até que ela nos atinge, não sabendo nós exactamente se a entendemos. Ainda não mencionei outro aspecto técnico (negativo nesta película) que é a fotografia; apesar dos bons efeitos especiais a imagem não era a melhor e a cor e a simetria não me pareciam naturais, mesmo para um filme norte-americano.
No final, não passa de mais um filme de Super-Heróis digo eu, mas, sobre tudo, um filme. Um filme com um grande argumento positivo que me levou a atribuir a classificação até então injustificável; um argumento tão valioso e de tamanha simplicidade que provavelmente não é compreensível: uma boa moral. Um filme não é mais que uma história com a qual podemos aprender, com a qual nos educamos, e para tal um filme tem de ter obrigatoriamente uma moral, um significado; e “Batman Begins” conseguiu-o.