sábado, 29 de dezembro de 2007

Filme: I am Legend (Eu sou a Lenda)

Classificação: 11.5

Se quiserem ver um filme interessante, "Eu sou a Lenda" não é boa escolha de certeza. Logo para começar, quando ouvi falar do filme pela primeira vez, achei que se poderia tornar algo interessante: Um homem sozinho no mundo com o seu cão à procura de meios para sobreviver num mundo em ruinas, até se poderia tornar bastante interessante; até me dizerem que era um filme de zombies. A verdade é que o título, só por si mal conseguido já baixa imenso a expectativa sobre o filme (talvez não queriam dar o mesmo título "Legend" de um outro filme já produzido décadas antes).
É um filme com bons efeitos especias sem dúvida e com uma boa interpretação por parte de Will Smith, julgo que seja nomeado futuramente pelo seu desempenho crescente de filme para filme. No entanto, o próprio argumento e o enredo da história não são cativantes. Diálogos pouco trabalhados, com matéria irrelevante e até mesmo fora de contexto em determinadas situações. Uma fotografia estranhamente original, apesar de não fugir a muitas regras gerais a que estamos acostumados. Uma música que pouco se fez ouvir, o que aumenta os pontos da imagem muito bem conseguida, criando momentos de suspense inesperados, apesar de raros e pouco eficientes. Sobre a história em si, basta dizer que é muito decepcionante.
Honestamente, fiquei desiludido com o filme, não é muito mau mas também não passa o nível medíocre. Penso que se enquadra perfeitamente nos filmes de "Zombies", mas só que com um final pior. Penso que utilizando as palavras de Tarantino numa entrevista sobre o filme - "Hostel, Part 2", este filme pode ser levemente caracterizado: "É um filme feito para os jovens levarem as namoradas ao cinema só para elas se segurarem bem e gritarem."

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Filme: Miss Potter (O Mundo Encantado de Beatrix Potter)

Classificação: 14.3

Um drama mágico que nos conta uma breve história sobre a vida da mais bem sucedida autora de livros infantis. Há muito tempo que desejava ver este filme, pois eu sempre admirei os escritores de contos infantis, e Beatrix Potter foi a melhor.
O filme acompanha todas as experiências que a protagonista atravessou para ver o seu primeiro livro editado, e todas as complicações que enfrentou em ver a sua nova vida como escritora de livros infantis aceite pelos seus pais.
Um filme comovente e uma história deliciosa, que demonstra as incríveis capacidades do realizador Chris Noonan de encantar a sua audiência. Pois não é a primeira vez que me sinto encantado por um filme realizado por ele. Paisagens e guarda-roupa incrivelmente bem conseguidos, acompanhados por díalogos retirados duma Inglaterra do século IXX, o que acrescenta ao filme uma pincelada suave de bom humor. Renée Zellweger revelou-nos neste filme o seu brilhantismo, ao realizar o papel de protagonista nesta história encantada. O principal, e forte, ponto negativo, é o facto de, como o filme se trata de uma história boigráfica de Beatrix Potter, os outros actores não terem igual oportunidade de demosntrar o seu grande talento, como Ewan McGregor e, a premiada e duplamente nomiada para um Óscar, Emily Watson. Aqui nos deparamos com o principal aspecto que retira algum mérito ao filme. Como se trata de um filme biográfico, a história gira em torno da mesma personagem, o que poderia ser melhor se se tratasse de uma vida mais interessante; e a própria personagem não atravessa nenhuma evolução e permanece sempre com a mesma mentalidade e psicologia.
Apesar de tudo, trata-se de um bom filme com uma mensagem bastante interessante, mas não é nada de inovador. Gostei de ver este filme. O que é de estranhar, porque sempre que via um filme biográfico ficava cansado pois a história do protagonista consome tanto do filme que tudo o resto (fotografia, música, argumento, etc.) passam despercebidos e logo não são devidamente trabalhados. No final, é um filme que nos revela que de todos os contos de Beatrix Potter, o mais encantador é, certamente, o conto da sua vida.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Filme: The Nightmare Before Christmas (O Estranho Mundo de Jack)

Classificação: 13.5

Uma obra prima. Só não faz parte da minha lista de filmes favoritos devido à falta de uma melhor história, e porque não sou um grande fã de "musicais" (se me é permitido caracterizar este filme como um musical). O verdadeiro problema não é a história em si, pois é portadora de uma mensagem poderosa, mas sim da maneira como foi contada. Provavelmente se o realizador tivesse sido outro sem ser Henry Selick, o resultado do filme poderia ter sido melhor.
Apesar disso, o filme é muito bom, tendo em conta que é a primeira longa meteragem utilizando simplesmente o efeito stop motion. Vi-o pela primeira vez quando tinha sete ou oito anos. É, supostamente, um filme para crianças, no entanto julgo que são poucas as que podem compreender a mensagem do filme. Pelo menos eu, quando o vi pela primeira vez, achei-o confuso e hipnotizante, devido às figuras e bonecos diferentes de tudo ao que estava habituado em miúdo. Mas deixarei essa maravilhosa interpretação ao critério de cada um, pois, para cada um, o Natal é o seu Natal. A história resumiria-se em 15 minutos de fita, no entanto demora cerca de 80 minutos no total. O que não é de todo uma perda de tempo, pois as músicas e coreografias ao longo de todo o filme são extramamente "coloridas" e com letras hilariantes. As personagens e o mundo criado por Tim Burton, revelam uma grande criatividade e originalidade por parte do homem mais excentrico de Hollywood. Espero poder ficar tão surpreendido com os próximos filmes de Tim Burton.
Tráta-se uma obra prima genial, que tenho pena que não possa ser aceite por todos. Talvez por ser considerado "antigo", não só por ter sido lançado em 93, mas também porque os efeitos especiais são monótonos e imperfeitos aos olhos dos exigentes e perspicazes Homens do século XXI. É verdade que tem muitas cenas desnecessárias, que parecem ter sido feitas só para este filme se tornar (mesmo) na primeira grande metragem do género. No entanto, é para mim um dos melhores filmes de Natal, e é perfeito para um serão de fim-de-semana em família.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Filme: Corrupção

Classificação: 4.2

A verdade, é que podia ser pior. O filme baseia-se numa história sem essência e com pouco interesse, uma vez que já todos estavam a par das ocorrências que foram reveladas pelos media. Para além disso, já existia um livro onde vem retratada toda a história de corrupção que foi "copiada" para a versão cinematográfica.
Quem permitiu que este filme saísse assim? É uma pergunta à qual eu ainda espero resposta, isto porque a fotografia é horrível (com uma ou, com sorte, duas passagens criativas). A música em perfeita falta de sincronia com o ambiente da história, e diálogos que não encontrariamos nem em livros infantis de baixo orçamento. A falta de profissionalismo de mais de metade dos actores também ajudou bastante para um crítica negativa. A expressividade das personagens, que deixa o cidadão comum a pedir que os actores tenham, pelo menos, metade da "qualidade" que têem nas novelas portuguesas; a irrelevância de certos personagens na história, que parecem existir apenas porque se prometeu, a todos os artistas portugueses, que estes teriam lugar neste filme (de uma maneira, ou de outra); a quantidade de palavrões desnecessários e cenas estupidamente adicionadas ao filme, só tornam ainda mais difícil de compreender como é que este filme chegou a custar-me 4.20 Euros.
Não tive a opurtunidade de poder ver o outro filme da produtora, "O Crime do Padre Amaro", mas se o objectivo deste filme era retirar todo o meu interesse por filmes portugueses, então conseguiu, devido a esta demonstração de incompetência.
Quem ainda teve a única prestação positiva foi António Pedro Cerdeira, que rebaixou ainda mais o mau desempenho de Nicolau Breyner, que parecia completamente fora da personagem (ou isso, ou foram-lhe indicadas más ordens), e de Margarida Vila-Nova, que a meu ver tem muitas novelas para fazer.
Foi este o primeiro filme português que eu realmente "vi", e agora sei, que foi o último. A menos que tenha amigos como companhia, com os quais eu me possa rir dos erros mais disparatados que nos podem ser mostrados numa tela de cinema...

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Filme: The Devil Wears Prada (O Diabo Veste Prada)

Classificação: 11.7

"O Diabo Veste Prada": um título que diz tudo sobre o filme. Podemos retirar do título que o filme vai tratar, obrigatoriamente, a moda e o verdadeiro mundo que a constrói. Nota-se um certo humor no título, o que nos sugere logo à partida que pode ser uma história cómica.
Um título original. Mas estou aqui para avaliar o filme todo, por isso deixemos o título à parte (apesar de ele nos assombrar desde o primeiro ao último minuto). Acontece que é um filme divertido, simples e com moral o que pode levar algumas pessoas a dizer: "Que filme giro!". A realidade é que não é nenhuma obra prima, seria de espantar se David Frankel conseguisse alguma coisa, principalmente com este filme. Música moderna e jovem bem dentro do espirito da temática em que o filme se insere. Não é necessário falar em fotografia ou efeitos especiais, pois seria preciso algo mesmo "especial" para retirar alguma originalidade do aspecto final da obra. O que é que salvou este filme? Que mais poderia ser se não a glamurosa interpretação da espantosa Maryl Streep. Incorporação perfeita da personagem "Miranda Priestly", aspecto que faz valer a pena ver este filme. Anne Hathaway, com uma participação positiva no papel de actriz principal, conseguiu mostrar-se digna de contracenar com Maryl Streep.
No final, não posso dizer que não tenha gostado do filme. No entanto, não posso deixar de afirmar também, que não se trata de um bom "Filme". É uma história sobre a vida e, consequentemente, a experiência de cada um ao longo da mesma. É uma história sobre "pessoas", e como a ida ao "Inferno" pode tornar alguém uma pior pessoa. Resumidamente, é um filme que nos mostra que todos somos bons e, ao mesmo tempo, maus, e que certas vezes, até o Diabo pode ficar feliz por nós...

sábado, 1 de dezembro de 2007

Filme: Cast Away (O Náufrago)

Classificação:18.0

Que posso dizer? Brilhante.
Não é de todo um filme para gente que queira acção ou puro entertenimento, mas sim para alguém que precise de aprender. "O que é que nos mantém vivos?" Esta é a pergunta que o premiado Robert Zemeckis nos faz quando nos apresenta a sua obra prima - "Cast Away".
Trata-se de um filme que poupou imenso na argumentação mas que explorou ao máximo todas as capacidades dos encarregados pela fotografia. Desde imagens excelentemente bem montadas, cenas que foram feitas de uma só vez (o que levava o aspecto do filme no ecrã a um nível artístico extremo), até planos e imagens que só podem ter sido feitas por pessoas de "coragem". Pois é preciso coragem para manter uma paisagem de um homem sentado durante quase meio minuto sem recear que metade da sala de cinema se fosse embora com o pacote das pipocas acima de metade. O nomeado Alan Silvestri também teve direito aos seus minutos de glória, quando harmonizou todo o filme com a sua penetrante música em momentos cruciais do filme. Já mais poderia esquecer o mundialmente premiado Tom Hanks, que já nos fatiga com tantas demonstrações do seu talento. A não tão feliz mas igualmente fascinante Helen Hunt, também teve alguns segundos de talento, no entanto, não justificou neste filme o seu óscar ganho em 97.
No final, temos um filme fantástico que nos leva a pensar se existe realmente algo mais forte do que as forças da Natureza. Depois de ver este filme várias vezes, posso afirmar que existe, e é a Esperança. A esperança de um Homem e a força com que ele anseia esse "quente cobertor" que nos ajuda a sobreviver é a coisa mais forte deste Mundo.
É um filme brilhante. Aplaudo-o de pé, e digo até me provarem contrário: "Isto sim, é um filme".

domingo, 18 de novembro de 2007

Filme: El Laberinto del Fauno (Pan's Labyrinth / O Labirinto do Fauno)

Classificação geral: 14.8

Já há muito tempo que este filme me chamava a atenção, e decidi finalmente dedicar uma noite para o ver. Uma das poucas coisas que sempre me prendeu o pé atrás, foi o facto de não se tratar de um filme americano, portanto tinha receio de ser uma perda de tempo ver maus actores com vergonha das câmaras. Agora sei que estava enganado.
Com um tíulo bem conseguido, o realizador Guillermo del Toro revela-nos logo um espectacular mundo de fantasia que nos aguarda. No entanto, o filme trata um tema bastante terreno: o destino de viver, e a forma como lidamos com ele. O Labirinto do Fauno é uma história bastante filosófica carregada de efeitos metafóricos, trata-se de um excelente exemplo de como um conto infantil é na realidade. Um filme com uma boa fotografia, que compensa os efeitos especiais medíocres e a musica um bocado fora do contexto. É um filme com boas interpretações na generalidade mas que perde um pouco de credibilidade quando vemos um dos figurantes fora de sincronia no plano de fundo; deixo desde já o recado de que Ivana Baquero (Ofélia) foi para mim uma grande revelação pela positiva, pois julgo que se trata da melhor actriz do filme, sabendo que nasceu em 94.
Resumidamente, não se trata de um mau filme e penso que deve fazer parte de qualquer prateleira de qulaquer apreciador de boas histórias.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

O que é este blog?

Este blog serve, basicamente, para eu poder mostrar a minha opinião sobre qualquer filme que me apeteça.
Decidi surgir com esta ideia porque já foram várias as pessoas a recorrerem a mim com o objectivo de obter uma avaliação justa e justificada de diversos filmes. Deste modo, penso que passados todos estes anos a fazer o que faço melhor (a classificar filmes), está na altura de alargar os meus horizontes e transpor a minha opinião para a Internet. Pesso desculpa aos meus colegas e amigos mas não quero com isto dizer que vocês não tenham sido o melhor público alvo, porque se o fizesse estaria a mentir. Agradeço a todos o vosso apoio e pelas vezes que me perguntaram: "´Tão Léu, o que achaste do filme?!".
Assim começa o meu primeiro blog destinado inteiramente para a arte que eu mais ademiro e adoro, a sétima. Deixo, desde já, a mensagem de que qualquer classificação por mim atribuida, argumentos a suportar tal avaliação e os termos técnicos, não têm qualquer fundamento prévio e que as opiniões aqui expressas não são de todo de um profissional.
Resumidamente, este blog serve para um mero amante do cinema exprimir a sua opinião sobre qualquer filme, bom ou mau. As verdades serão ditas, isso é tudo o que prometo.