segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Filme: Million Dollar Baby (Sonhos Vencidos)

Classificação: 16.0

Um filme vitorioso. Uma história de amor e de fé capaz de tocar o coração do ser mais frívolo. Clint Eastwood consegue, a meu ver, superar o seu mau desempenho como actor pela forma como realiza os seus filmes. Tornei-me um fã das suas histórias cinematográficas. Não esperem um filme de acção, não. “Million Dollar Baby” é um drama pesado e enfadonho impregnado de melancolia. Mas que isso não vos desencoraje, pois esta película é uma obra-prima.
Começo por falar na narrativa (pois toda a história nos é narrada por uma personagem) que considero ser materializada pelo melhor narrador de Hollywood: Morgan Freeman. O brilhante desempenho do actor americano, neste filme, valeu-lhe o Óscar da academia como melhor actor secundário em 2004, inteiramente merecido. Clint Eastwood, apresenta-nos uma fotografia arrojada e bastante “personalizada”, a meu ver mal conseguida ao ponto em que algumas cenas me pareciam tiradas das mãos de uma criança incompetente. Uma música fluida, harmoniosa e bem conseguida aveludam toda a componente artística. Ambiente onde uma masculina e admirável Hilary Swank se conseguiu mostrar capaz de levar um Óscar para casa (Melhor Actriz Principal). Artisticamente, não considero o filme nenhum espectáculo nem muito menos um entretenimento, principalmente com Eastwood a actuar… Com uma “componente artística” bastante fraca, uma fotografia razoável (efeitos especiais inexistentes?), uma música aprazível e actuações de se tirar o chapéu, como poderia eu atribuir esta pontuação?
Pois bem, e aqui revelo o grande feito deste filme, “Million Dollar Baby” é poderosíssimo na moral que carrega atrás da história. A história de como qualquer um pode mudar, de como qualquer um pode amar. Mas também a história de como nem todos têm a força, determinação ou vontade para isso… Aplaudo veemente e recomendo.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Filme: Inglourious Basterds (Sacanas Sem Lei)

Classificação: 16.3


Hilariante e irreverente. Acima de tudo, um filme divertido capaz de fazer as duas horas e meia de rodagem parecerem um intervalo para café! "Inglourious Basterds" personifica o sadismo risonho que todos nós imaginamos, e esse é o ingrediente secreto que possivelmente passa despercebido.

Diálogos excepcionais, inteligentes e racionais sobrepostos por uma linguagem de cultura americana com tiradas cómicas no raiar do ridículo e do non-sense. Boas actuações destacando o austríaco Christoph Waltz na sua interpretação dum sádico, piadético e charmoso Coronel Hans Landa; por outro lado, Brad Pitt não me pareceu provar a sua reputação (pessoalmente julgo que tenha sido uma má escolha para o papel). A pobreza dos cenários foi completamente esquecida pela enredada história e pelo desvendar da mente dos personagens, para não falar de uma boa iluminação que ajuda sempre. Música espectacularmente bem encaixada e uma fotografia fenomenal, arte executada por Quentin Tarantino.
Mais uma vez, o aspecto negativo do filme é a sua história... Uma história ridícula e imaginária de vingança dos judeus sobre os nazis em 1944. Simplesmente não gosto de filmes sobre vingança, pois assim é muito fácil mover um sem número de personagens com um propósito comum: "eliminar o terrível vilão que há não sei quanto tempo me fez mal..." Julgo que dessa forma, é muito fácil montar qualquer história, o enredo não varia muito e o culminar da obra é sempre ao findar quando o "herói" e o seu plano infalível foi cumprido... A meu ver, isso é uma história fácil e pobre.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Filme: P.S. I Love You (P.S. Amo-te)

Classificação: 14.8


Comovente ao extremo. Uma história real na frieza, na firmeza e na justiça da vida. O filme retrata os sentimentos de uma jovem mulher comum americana, que vê o seu marido a ser levado por algo que nem ela nem ninguém poderia controlar. Fundamentalmente, é um filme sobre a multiplicidade das pessoas e como os seus sentimentos se enlaçam.

A nível cinematográfico, não tem nada de espectacular. A montagem é interessante a passagem das cenas é fluida, um grande aspecto positivo é a fotografia que eu considero bastante boa. O desempenho dos actores não se revelou nenhuma surpresa, nem pela positiva nem pela negativa, apenas desempenharam o seu papel de forma aceitável. Hilary Swank não mostrou todo o seu talento em “P.S. I Love You” como há uns anos atrás em “Million Dollar Baby”, talvez por desta vez se enquadrar num outro género, o que limita muito a liberdade de desempenho de um actor. Aproveito esta oportunidade para revelar o meu fascínio pessoal por uma actriz muito pouco conhecida e que no entanto eu admiro. Simplesmente adoro ver Kathy Bates actuar. Desconheço o porquê mas sinto que trás muita vida a qualquer filme, e qualquer personagem por ela interpretada revelou-se sempre uma deliciosa surpresa. Voltando à película, gostei bastante da música e o argumento é harmonioso e coerente tal como o enredo.

Finalizando, “P.S. I Love You” é um filme muito agradável de se ver com uma história um tanto ou quanto fantasiosa e com situações melindrosas ou até irreais. No entanto, no reverso da medalha, encontra-se um lema de vida bastante poderoso. Mostra como a força dum sentimento profundo nos pode tão facilmente prender a nós mesmos e enclausurar-nos na solidão, como logo a seguir libertar-nos e mostrar-nos grandes possibilidades para se ser feliz… Comovente, ao extremo.

De Regresso...

Recomeçando hoje, espero trazer-vos semanalmente as críticas deste vadio comentador de cinema... Tenho em vista conseguir colocar uma nova mensagem relativa à sétima arte todos os fins de semana, peço desde já as minhas desculpas por qualquer falha ou lapso que ocorreram ou ocorrerão!

Aguardo a vossa participação com ânimo!