quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Filme: The Silence of the Lambs (O Silencio dos Inocentes)

Classificação: 15.1

Sinistro e perturbador. Baseado no livro de Thomas Harris com o mesmo título, “The Silence of the Lambs” é carregado de uma trama inteligente mas não muito difícil de acompanhar. O realizador Jonathan Demme (também realizador de “Philadelphia”) conseguiu uma adaptação cinematográfica brilhante da obra literária. Aguardem por uma boa noite de chuva para apreciar este filme, pois certamente não passará numa noite solarenga ou num feriado nacional nos canais de televisão. Recomendo-o apenas aos fãs dos thrillers intensos, apesar de não ser carregado de grande suspense.
Demme arrecadou o prémio de melhor realizador com esta película, o que penso ter sido merecido, pois a história está incrivelmente bem contada. Anthony Hopkins também nos presenteou com uma das personagens que imortalizou. Onde quer que seja visto, seus olhos nos recordarão para sempre os de Dr. Hannibal Lecter; com isso, Hopkins foi galardoado com o Óscar para melhor actor. Mais surpreendente, foi o Óscar para melhor actriz entregue a Jodie Foster, que, a meu ver, desempenhou bastante bem o seu papel mas acredito que a estatueta lhe tenha sido atribuída mais pela falta de concorrência do que apenas por mérito. Globalmente, as actuações foram brilhantes, das melhores que se pode assistir num filme. No entanto, tanto a fotografia como a música me pareceram bastante medíocres e nada enriquecedoras, havendo apenas alguns lances realmente bons com a entrada das cordas nos diálogos entre as personagens. A história é simples, como na maioria dos filmes do género, onde a grande parte da acção se centra em apanhar o vilão, principalmente devido a uma motivação do herói que advém duma inspiração ou trauma na infância. Aí se encontra, para mim, o ponto fraco deste filme.
Na verdade, gostaria de ter visto este filme no cinema. Gostaria de ter visto o silêncio com que as pessoas abandonariam a sala, pois o filme é tão intenso e pesado que cortaria o ar durante a própria rodagem. É uma pura obra de entretenimento, “The Silence of the Lambs” não tem nenhuma moral, nenhuma conclusão; e, de facto, não necessita. É apenas uma história sobre a malvadez da mente humana e da imperfeição das suas obras. Pensando nisso, silencio-me com grande pesar após dizer: “Do que eu acredito ser o cinema, este filme é um fracasso”.

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